Setor das energias renováveis ganha expressão na Guiné-Bissau, mas ainda há muito para fazer

As energias renováveis e eficiência energética estão a ganhar expressão na Guiné-Bissau, mas ainda há muito a fazer para garantir que a maioria da população tenha acesso a energia até 2030, segundo um relatório hoje apresentado em Bissau.

Esta é a conclusão do relatório sobre "Energias Renováveis e Eficiência Energética" hoje apresentado na Conferência Internacional Sobre Energia Sustentável na Guiné-Bissau, com o objetivo de discutir oportunidades de investimento naquele setor, e que reúne até sexta-feira em Bissau mais de 170 pessoas.

"As principais conclusões do relatório demonstram que a Guiné-Bissau já fez um caminho para o objetivo de desenvolvimento sustentável de dar acesso a energia à sua população até 2030, mas há um longo caminho pela frente", afirmou Isabel Cancela de Abreu, da Associação Lusófona das Energias Renováveis, que apoiou a organização da conferência.

Segundo a responsável, atualmente, 15% dos guineenses têm acesso a eletricidade.

"A meta é que até 2030 81% da população tenha acesso a eletricidade e que 75% seja através de energias renováveis", afirmou.

No relatório pode ler-se que o setor das energias renováveis e da eficiência energética "têm ganho expressão" no país, mas o "enquadramento institucional e legal ainda não se encontra adaptado às necessidades atuais".

"É necessário um esforço maior, em termos institucionais e legais, para criar um ambiente propício que possa constituir uma base sólida para o seu desenvolvimento", salienta o documento.

O relatório indica também que foram identificadas "várias barreiras" no enquadramento económico e financeiro.

"Apesar da existência de um mercado cujo potencial é relevante, as instituições financeiras nacionais e o setor privado têm ainda fraco envolvimento no setor da energia. A falta de conhecimento aumenta a noção de risco para os atores financeiros, pelo que é importante promover a divulgação do progresso feito até agora, dos mecanismos de financiamento e dos modelos de negócio inovadores, bem como dos planos previstos a médio e longo prazo", pode ler-se no relatório.

O documento refere que a taxa de acesso à eletricidade na Guiné-Bissau é de 15% e que a população que tem acesso à rede elétrica nacional é de 10%, a maior parte das quais estão na cidade de Bissau.

 

Fonte: lusa


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